Uma história sobre recomeçar
"Numa pequena praia distante havia um pescador. Todas as madrugadas ele acordava, preparava seu barco e partia para o mar em busca de pescado. Retornava ao final do dia trazendo algum resultado. Algumas vezes não conseguiu nada, mesmo assim agradecia ao mar pela sua grandeza e generosidade.
Uma noite apareceu um pingüim, trazido pela correnteza. Ele era muito belo e encantou o pescador. Durante um bom tempo o pescador dividiu seu pescado com o belo pingüim, acariciando-o e protegendo-o. Às vezes o pingüim bicava as mãos do pescador, como forma de expressar seu jeito selvagem. Algumas bicadas doíam, mas ele compreendia o pingüim na sua expressão. O pescador sentia-se grato pelo companheiro que o universo lhe enviou e ambos viveram muitas alegrias. Até mesmo quando o animal ou o pescador ficavam doentes, um cuidava do outro até se recuperar.
Porém, um dia algo inesperado aconteceu. O pescador chegou ao local que costumava atirar sua rede e foi apanhado de surpresa: não havia mais peixes. Ele regressou para casa triste por não haver o que dividir com o pingüim. Nos dias seguintes, ele saiu em busca de outros lugares para pescar. Cada vez indo mais longe, começou a ficar difícil alimentar seu querido amigo.
Um dia, cansado de procurar, o pescador avistou uma ilha. Descobriu também que próximo da ilha havia muitos peixes. Ele se aproximou e, após encher sua rede animado, avistou uma casa. Ancorou o barco e desceu, indo em direção a casa. Estava abandonada, vazia. Qual foi sua surpresa ao encontrar outro pingüim ali. Ele então sorriu e dividiu seu pescado com o pingüim receoso. Feliz, tomou o rumo de casa para alimentar seu belo amigo, e fez assim durante algum tempo. Pescava próximo à ilha, alimentava os pingüins e ficava feliz com sua gratidão e afeto.
Porém, algo dizia em seu coração que não poderia fazer isso por muito tempo. Após ponderar, decidiu então que iria morar na ilha. Chegando em casa, dividiu sua última refeição com o belo pingüim, que com dificuldades entendeu que o pescador precisava partir. O pescador pegou suas coisas, colocou no barco e antes de partir, deu um abraço carinhoso no pingüim, como velhos amigos. Ambos choraram e se despediram. Nos dias que se seguiram, sentiram saudades da sua amizade. A saudade foi indo, indo e sendo substituída por um sentimento de gratidão pelos bons momentos que viveram.
Num belo dia, o pingüim decidiu partir também.
Olhou para o mar, respirou fundo algumas vezes e partiu em busca de seu alimento, sentindo-se grato e revigorado. Em seu coração surgiu a mesma alegria de quando partiu pela primeira vez, acabando por conhecer o pescador. Enquanto nadava, agradecia ao mar por sua bondade e generosidade. Era como se ele e o mar fossem um só.
Era como se a vida inteira começasse de novo."
por Lucas Selbach
"Numa pequena praia distante havia um pescador. Todas as madrugadas ele acordava, preparava seu barco e partia para o mar em busca de pescado. Retornava ao final do dia trazendo algum resultado. Algumas vezes não conseguiu nada, mesmo assim agradecia ao mar pela sua grandeza e generosidade.
Uma noite apareceu um pingüim, trazido pela correnteza. Ele era muito belo e encantou o pescador. Durante um bom tempo o pescador dividiu seu pescado com o belo pingüim, acariciando-o e protegendo-o. Às vezes o pingüim bicava as mãos do pescador, como forma de expressar seu jeito selvagem. Algumas bicadas doíam, mas ele compreendia o pingüim na sua expressão. O pescador sentia-se grato pelo companheiro que o universo lhe enviou e ambos viveram muitas alegrias. Até mesmo quando o animal ou o pescador ficavam doentes, um cuidava do outro até se recuperar.
Porém, um dia algo inesperado aconteceu. O pescador chegou ao local que costumava atirar sua rede e foi apanhado de surpresa: não havia mais peixes. Ele regressou para casa triste por não haver o que dividir com o pingüim. Nos dias seguintes, ele saiu em busca de outros lugares para pescar. Cada vez indo mais longe, começou a ficar difícil alimentar seu querido amigo.
Um dia, cansado de procurar, o pescador avistou uma ilha. Descobriu também que próximo da ilha havia muitos peixes. Ele se aproximou e, após encher sua rede animado, avistou uma casa. Ancorou o barco e desceu, indo em direção a casa. Estava abandonada, vazia. Qual foi sua surpresa ao encontrar outro pingüim ali. Ele então sorriu e dividiu seu pescado com o pingüim receoso. Feliz, tomou o rumo de casa para alimentar seu belo amigo, e fez assim durante algum tempo. Pescava próximo à ilha, alimentava os pingüins e ficava feliz com sua gratidão e afeto.
Porém, algo dizia em seu coração que não poderia fazer isso por muito tempo. Após ponderar, decidiu então que iria morar na ilha. Chegando em casa, dividiu sua última refeição com o belo pingüim, que com dificuldades entendeu que o pescador precisava partir. O pescador pegou suas coisas, colocou no barco e antes de partir, deu um abraço carinhoso no pingüim, como velhos amigos. Ambos choraram e se despediram. Nos dias que se seguiram, sentiram saudades da sua amizade. A saudade foi indo, indo e sendo substituída por um sentimento de gratidão pelos bons momentos que viveram.
Num belo dia, o pingüim decidiu partir também.
Olhou para o mar, respirou fundo algumas vezes e partiu em busca de seu alimento, sentindo-se grato e revigorado. Em seu coração surgiu a mesma alegria de quando partiu pela primeira vez, acabando por conhecer o pescador. Enquanto nadava, agradecia ao mar por sua bondade e generosidade. Era como se ele e o mar fossem um só.
Era como se a vida inteira começasse de novo."
por Lucas Selbach
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